O menino e o foguete
“Era uma vez um menino
Que amava o mar.
E ficava contando os minutos
Para o final de semana chegar.”
Assim começa “O menino e o foguete”, de Ananda D’Ecanio, com as ilustrações suaves de André Côrtes.
O prefácio é assinado pelo surfista brasileiro Carlos Burle. Sim, aquele que salvou a surfista Maya Gabeira quando ela descia uma onda enorme em Nazaré, Portugal. Carlos Burle é conhecido por descer ondas grandes, daquelas que a gente pensa “nunca faria isso!”, mas ele faz e é apaixonado não somente pelo esporte, mas por esse tipo de onda. No texto de abertura, ele escreve que nunca pensou em se transformar em um surfista, ainda mais profissional, mas o amor à natureza e ao surfe foram desenhando sua vida, e sonho e realidade se transformaram numa única história.
“O menino e o foguete” mostra o amor de um menino pelo mar, pelas ondas e pela natureza. Seu pai era um surfista de ondas grandes, e os dois conversavam sobre lugares, desafios e o respeito que se deve ter pela natureza.
O menino gostava de pegar seu “foguete”, nome da prancha que ganhara de seu pai, e ficar horas a fio no mar. Com o tempo, ele aprendeu que o surfe não era apenas um esporte que ele gostava de praticar, era uma filosofia de vida, uma forma de sentir e entender o mundo no qual se aprende a respeitar a vida e a todos à sua volta.
Também aprendeu que existem diferentes tipos de ondas e praias pelo mundo, e surfar é uma forma de conhecer diferentes culturas, fazer amigos e falar outras línguas.
Certa vez, o pai do menino perguntou o que ele queria ser quando crescesse, e o menino respondeu: “Eu já sou surfista!”.
Nesse mundo de games e distrações digitais, “O menino e o foguete” é um convite para ir à praia, sentir a brisa leve, observar o “swell” entrando, perceber o mar e viver um esporte que remete à saúde e ao bem-estar em comunhão com a natureza.
Sendo o Brasil um dois países mais presentes em campeonatos mundiais, com seus surfistas profissionais fazendo bonito e arrebatando troféus e importantes colocações entre os melhores do mundo, “O menino e o foguete” tem clima de maresia e praia, e abre uma possibilidade para um universo repleto de ensinamentos.
Uma historinha que nos deixa uma sensação de sonho, que nos fala sobre a liberdade pessoal que o surfe imprime à vida e os sutis aprendizados que esse esporte pode trazer e ensinar aos nossos pequenos leitores para a vida toda.
Fica a sugestão. Um livrinho que merece um lugar na sua estante.