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Silvester e a pedrinha mágica

Estamos aqui diante de uma estorinha mágica e bem contada. Daquelas estorinhas fáceis de contar e com um ensinamento para se levar por toda a vida – “preste atenção aos seus desejos, atenção ao que pede porque nem todos os pedidos quando realizados trazem felicidade”. E muitas vezes a felicidade já existe, mas não a valorizamos.

O livro “Silvester e a pedrinha mágica” foi escrito e ilustrado por William Steig, criador do consagrado “Shrek”, sim, ele mesmo, aquele ogro do filme “Shrek”, antes de ser adaptado para as telas, em 2001, era um livro de história.

Curiosidade: William Steig, para criar “Shrek”, se inspirou num lutador chamado Maurice Tiye, nascido numa família francesa, nos montes Urais, na Rússia. Dizem que o lutador era poliglota, extremamente gentil e com força descomunal. Se por curiosidade você procurar por ele na internet, verá a semelhança. E terá a certeza de que a arte imita a vida. Steig faleceu em 2003.

Mas voltando ao livrinho...

Silvester era um burrinho feliz que morava com seus pais. Tinha como passatempo colecionar pedrinhas. Um dia, ele descobriu que uma de suas pedrinhas tinha poderes mágicos. Ele estava na chuva e pediu que parasse de chover, e parou, e outras “coincidências” foram acontecendo, e Silvester adorando a novidade.

Um dia, ele foi fazer um passeio e encontrou um leão. Na hora, desesperado, Silvester não pensou direito e na pressa pensou que “queria ser uma pedra”. Ele se livrou do leão, mas havia se transformado numa pedra! Sem poder se movimentar, pois, para fazer os pedidos, a pedrinha deveria estar na mão ou sobre ele e agora ele não tinha como pegá-la. Ela estava na grama.

Bem, algumas reviravoltas aconteceram até que o “feitiço” se desfez e Silvester voltou a ser quem ele sempre fora.

Um estorinha repleta de lições: ser feliz com o que se tem e o que se é através da valorização da vida que existe à nossa volta; saber pedir, saber desejar, sim, isso é uma lição pra muita gente grande. Ter a calma necessária, que Silvester não teve, para refletir e pedir que algo aconteça, ciente dos riscos, perdas e ganhos.

No caso do burrinho, ele pensou e agiu sem reflexão, tomado pelo impulso, e mesmo num momento de desespero é necessário que se mantenha a calma para raciocinar com inteligência e evitar mais problemas.

E o livro termina com os pais e Silvester abraçados no sofá de casa,  na segurança e no conforto do lar, com o seguinte texto:

“Quando todos finalmente se acalmaram um pouco e voltaram para casa, o sr. Ducan (pai do burrinho Silvester) guardou a pedrinha mágica num cofre. Um dia talvez eles fossem querer usá-la, mas, por ora, o que mais poderiam desejar? Eles tinham tudo o que queriam.”

Às vezes temos tudo e não sabemos. E na maioria das vezes, os laços afetivos não são valorizados como deveriam ser, e ficamos encantados com “pedrinhas mágicas” quando a mais valiosa magia se encontra ao nosso redor, no amor que damos e recebemos.

Ficamos por aqui. O traço simples e as cores amenas de William Steig ilustram esse conto simples e afetuoso. Mais um livrinho que merece um lugar na estante de casa. Boa leitura!


Data: 12 outubro 2018 | Tags:


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Silvester e a pedrinha mágica
autor: William Steig
editora: Companhia das letrinhas
tradutor: Eduardo Brandão
ilustrador: William Steig

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