Não conte a ninguém
A Editora Sextante, há tempos, lançou alguns livros essenciais de um dos maiores escritores policiais de todos os tempos: Harlan Coben. Esse escritor tem em seu currículo vários prêmios importantes da literatura policial. Venceu o Shamus, o Anthony e o Edgard Alan Poe. O livro “Não conte a ninguém” é um desses que nos fazem perder o fôlego. Se você, leitor, estiver com problemas de atrasos de vôos, dias nublados de um sábado qualquer ou absolutamente entediado, apresento o melhor antídoto contra todos esses males - Harlan Coben.
“Não conte a ninguém” tem início num lago de águas puras e calmas, chamado Charmaine. E a capa do livro nos leva a esse cenário, onde o casal Dr. David Beck e sua amada esposa Elizabeth comemoram o aniversário de seu “primeiro beijo”. O lago simboliza essa relação que começa aos doze anos de idade quando o primeiro beijo se deu ali. E agora, vinte cinco anos depois, eles retornam para um fim de semana idílico, longe de tudo e de todos para celebrar aquele primeiro momento que os uniu desde então.
O cenário estava perfeito. A lua era a única luz naquele final de tarde que já escurecia. O lago Charmaine estava com suas águas mornas, como se a natureza o reservasse apenas para momentos como esse. Tudo perfeito. David Beck adormece numa balsa após um momento de amor. Elizabeth sai da água e vai se secar. E a balsa seguia seu trajeto ficando cada vez mais longe das margens. Até o momento em que um carro surge. E Elizabeth desaparece. David nadou como um competidor olímpico rumo às margens e ao chegar – não a encontra. De estalo, sentiu um taco beisebol no peito e logo depois na cabeça. Tombou para trás e ali ficou desacordado.
Beck é informado pela polícia que Elizabeth foi raptada e achada morta, em uma vala. O assassino foi capturado logo a seguir e levado à justiça. Embora o consolo obtido em ver o crime resolvido e o assassino preso servissem de certo alento, David Beck nunca superou a morte de sua mulher e durante os oito anos seguintes mergulha no trabalho de cabeça, como pediatra da cidade. Então, um dia, ao voltar para sua casa, liga o computador e verifica entre suas mensagens algo, no mínimo, curioso. A mensagem dizia: “Não conte a ninguém”.
Continuar contando essa história, seria uma covardia com o leitor. Nestas duzentas e cinquenta páginas de pura eletricidade, Coben faz um excelente trabalho ao tecer as tramas do livro. Se ele ganhou vários prêmios escrevendo literatura policial, na verdade, o grande vencedor é o leitor - que recebe o grande premio de poder ler uma história como essa.
A cada capítulo, a tensão aumenta, novas pistas e questões emergem. Todos parecem estar escondendo alguma coisa, e você, ao ler esse livro e descobrir o que está por trás da mensagem “Não conte a ninguém”, contará a todos que esse thriller vale a pena ser lido - e sua história contada.