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O veredicto de chumbo

O livro de Michael Connelly “O Veredicto de Chumbo” é um desses thrillers que não deixa dúvida quanto à capacidade desse escritor em fixar o leitor da primeira a última página. O livro já começa com a seguinte afirmação: “Todo mundo mente. A polícia mente. Os advogados mentem. As Testemunhas mentem. As vítimas mentem”.

O personagem e narrador Mickey Haller, em sua trajetória no mundo jurídico norte americano, sempre soube que seus clientes eram culpados. Defender culpados se tornou sua especialidade. Certa vez, um ferimento à bala, deixou-o viciado em analgésicos. O que propiciou umas férias forçadas em uma clínica de reabilitação.

Seu vício em analgésicos lhe conferia certa imunidade à dor de ver-se dragado pelo esgoto do sistema judiciário americano. Tomar as pílulas para a dor física e “moral” foi o que lhe sobrou até se reabilitar completamente.

Sua estratégia de defesa era singular: consistia em esperar o momento certo para atacar. Utilizando-se não de uma mentira qualquer, mas a mentira que permitisse que a sua espada afiada penetrasse em brasas e mostrasse as tripas se esparramando pelo chão, sem dó nem piedade. Ser honesto quando todos mentem. Um afiador de lâminas.

Em seu júri interior sentia-se cada vez mais culpado e encarava o veredicto mais cruel proferido pelo o mais cruel de todos os juízes - a sua própria consciência: ”– culpado”.

Esta história ganha ritmo alucinante quando ao sair de uma clínica de reabilitação, nosso protagonista recebe a notícia que seu colega de profissão, Jerry Vincent, havia sido assassinado. E como presente de uma juíza, recebe a carteira de clientes de seu falecido colega. Dentre esses clientes havia um em especial que, pela notoriedade do caso, valia à pena defender, tanto pelo lado pecuniário quanto publicitário, tratava-se de Walter Elliot, presidente e dono da empresa Archway Pictures, um sujeito poderosíssimo, acusado por matar sua esposa e amante em sua casa em Malibú. Um mestre em criar filmes e ilusões em Hollywood.

A trama se desenvolve em vários níveis e inúmeras indagações e possibilidades vão povoando o nosso imaginário, mas a justiça não pode esperar. E ainda existem aqueles que não podem esperar a vida toda pela justiça e dão o seu próprio veredicto. O nome desse Veredicto: "O Veredicto de Chumbo".


Data: 08 agosto 2016 | Tags: Suspense


< Exortação aos crocodilos Não conte a ninguém >
O veredicto de chumbo
autor: Michael Connely
editora: Suma de Letras
tradutor: Cassio de Arantes Leite

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