Livros > Resenhas

Henri Cartier-Bresson

O Centro Pompidou reuniu 500 fotografias. O objetivo da mostra, segundo o curador Clément Chéroux, é revelar as múltiplas e menos conhecidas facetas do artista, através de mais de 500 fotos, desenhos, pinturas, filmes e documentos. Mas se você não puder ver essa mostra, não tem problema. Um livro espetacular organizado por Clément Cheroux abre essa exposição só para você, uma retrospectiva cronológica com seus trabalhos menos conhecidos sem esquecer alguns de seus clássicos, é claro.

Cartier-Bresson quis se dedicar à arte. Nos anos vinte, inscreveu-se em uma escola de pintura, aprendeu geometria e composição, até comprar sua primeira Leica. Era o momento que, influenciado pelo construtivismo russo, o coloca também herdeiro de uma nova visão, um verdadeiro gênio da composição.


O Fotógrafo Cartier-Bresson foi um desses homens que durante toda sua vida viu de tudo e fez de tudo: foi pintor e desenhista, cineasta e ator ocasional, repórter de gelo e militante de fogo, poeta, antropólogo e empreendedor. Como cineasta dirigiu diversos documentários, um deles sobre a Guerra da Espanha. Preso pelos alemães no início da Segunda Guerra Mundial, ele foge e entra para a Resistência.  Com sua máquina fotográfica Leica, em 1926 ficou amigo de Breton e os surrealistas, sem chegar a fazer parte formal do clube e, através de suas lentes, visitou o inconsciente dos surrealistas.

Sua narrativa através das imagens, todas em preto e branco, com os seus cinzas e sombras fotografou todas as ilusões perdidas do século XX.

Em 1930, ele vai para a África, onde vive um ano. Deixando de lado o apelo exótico despertado pelo continente, Cartier-Bresson fotografa o ritmo de vida africano. A faceta politicamente engajada de Cartier-Bresson, entre 1936 e 1946, é eternizada pelas imagens da Guerra Civil Espanhola e outros movimentos coletivos na França e mundo afora. Nessa fase também ele se interessa pelo cinema, trabalhando com Jean Renoir.

Depois do conflito da segunda grande guerra e a retrospectiva que o MOMA dedicou a ele em 1947, nasce a Magnum e com ela três décadas do melhor fotojornalismo da história. Com David Seymour e Robert Capa, Cartier-Bresson a frente. "Queríamos ser testemunhas da nossa época". Foram três décadas do melhor fotojornalismo da história.

Os funerais de Gandhi e suas multidões, a febre do ouro em Xangai, a morte de Stalin, maio de 1968; a guerra dos seis dias no Oriente Médio, cobriu Kosovo, a sociedade de consumo. E nos momentos livres fotografou os geniais Matisse, Giacometti, Truman Capote, Sartre e muitos outros que fizeram história.

Com a chegada da publicidade e da cor, Cartier-Bresson se afasta da Magnum nos anos setenta. Dedica-se à vida contemplativa e a montar exposições e livros. Segue clicando de vez em quando, e volta à poesia de suas primeiras fotos. Depois do turbilhão, elege a lentidão e o silêncio. Como se tudo já tivesse sido dito por ele.


O livro de Henry Cartier-Bresson, que tem Clemént Cheroux na curadoria, é um clássico da fotografia, mostra um homem que tem no “momento decisivo” a sua marca. E esse livro diz Cheroux “nos mostra vários Henri Cartier-Bresson” que você não tem direito em não tê-lo na estante.


Data: 08 agosto 2016 | Tags: Fotografia


< A Música de uma Vida Matteo perdeu o emprego >
Henri Cartier-Bresson
autor: Curadoria Clément Chéroux
editora: Centre Georges Pompidou

gostou? compre aqui

compartilhe

     

você também pode gostar

Resenhas

Mister G - Gilbert Garcin

Vídeos

"Sangue e champanhe - A vida de Robert Capa" Vídeo-livro

Resenhas

Genesis