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Anton e as meninas

“Anton e as meninas” é uma historinha extremamente contemporânea, escrita mesmo para os dias de hoje em que a educação de meninos e meninas deve priorizar o conceito de respeito e compartilhamento de descobertas e saberes entre as crianças, o que aproxima e auxilia na formação de futuros adultos com uma visão igualitária e generosa do mundo. Então, através de Anton, nosso protagonista, observamos a importância de incentivar que crianças, independente de menino ou menina, brinquem juntos. Estimular a generosidade e simplicidade que existe em dividir o mesmo espaço e os brinquedos. Porque o que realmente vale não são os “brinquedos” que cada um tem, mas a brincadeira em si, a vivência num grupo que brinca, se diverte e troca experiências, mesmo que ainda muito simples. O ato de brincar com outras crianças estabelece relações cordiais e includentes. Mais do que isso, meninos e meninas podem brincar juntos e se ajudar.

Anton chega à pracinha com seus brinquedos. Ele chega muito satisfeito por ter brinquedos “muito legais” e encontra duas meninas brincando numa caixa de areia. Ele começa a se exibir com seus brinquedos, mostrando a sua força, sua capacidade de pular, e escorregar e, mesmo não recebendo a atenção que gostaria de receber das meninas, ele tenta chamar a atenção de ambas, até que algo dá errado. Sua “brincadeira” desmorona e, cansado de tentar chamar a atenção e irritado por não conseguir, começa a chorar quando a brincadeira que ele estava tentando construir desaba.

Ao vê-lo chorar, as meninas reparam nele e se aproximam. Oferecem um biscoito e o tratam com carinho. Elas o convidam para brincar com elas dentro da caixa de areia. E lá vai Anton. E ele começa a se divertir com as meninas, na caixa de areia, brincando juntos. Sem alimentar sua necessidade de se exibir e ser o melhor por ter brinquedos mais “interessantes”.

Nesta historinha simples, encontramos uma caixa de areia que pode ser desfrutada por meninos e meninas. Todos brincando juntos, vivendo juntos, como o mundo deve ser. Sem separações, sem exibições desnecessárias porque, quando estamos juntos e dividimos nossas brincadeiras e nossos espaços, conseguimos fazer amigos, e nem sempre se exibir é o melhor caminho, às vezes, apenas fazer parte e brincar é o suficiente. E Anton chora. Sim, um menino pode chorar. Não há mal nenhum nisso. E tudo acaba bem quando Anton deixa de lado sua “pose”, mostra sua fragilidade e entende que brincar pode ser muito mais simples e gostoso do que estava imaginando. Ao final, Anton vê Lucas, outro menino chegando à praça. E identifica a mesma forma com a qual ele chegou:  sentindo-se feliz com seus brinquedos potentes. Forte e independente. Cero que que poderá brincar sozinho oorque tem brinquedos bacanas.Anton agora sabe que brincar não significa ostentar bons brinquedos, mas ter amigos e ser acolhido, fazer parte.

Indicaria esse livro para muitos adultos. Porque existem muitos, muitos adultos que acabam brincando sozinhos pela vida porque não entendem a grandiosidade das brincadeiras mais simples da vida, aquela que nos faz ter amigos e nos divertir.


Data: 09 outubro 2018 | Tags: Infantil


< Lá vem o ano novo Uma Chapeuzinho Vermelho >
Anton e as meninas
autor: Ole Könnecke
editora: wmf Martins Fontes
tradutor: Monica Stahel
ilustrador: Ole Könnecke

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